A logística é uma área que possui diversos desafios, os chamados gargalos logísticos. Eles encarecem os produtos e serviços, diminuindo a competitividade e comprometendo os níveis de consumo — dependendo do tipo de item que é oferecido.
Portanto, é preciso identificá-los e encontrar soluções que ajudem a eliminá-los ou a contornar esse problema, possibilitando o alcance de resultados aprimorados.
No post de hoje, vamos apresentar alguns desses gargalos e quais ações podem ser adotadas para solucioná-los. Confira!
O que é gargalo?
Um gargalo pode ser definido como qualquer obstáculo que possa influenciar o andamento e o resultado dos processos em uma empresa. Ele pode surgir em qualquer etapa, resultando na queda do desempenho.
As suas consequências podem ser custos elevados, equipes menos produtivas, redução da lucratividade e da competitividade, queda na qualidade e insatisfação dos clientes, por exemplo.
Quais são os principais gargalos logísticos?
1. Transporte de cargas
O transporte de cargas representa um dos maiores gargalos logísticos no Brasil. Isso se dá pelos altos custos, a precariedade das estradas brasileiras, as dimensões do país — significando longas distâncias entre um ponto e outro —, restrição da circulação de veículos em grandes centros urbanos e o risco de furto e roubo nas rodovias.
2. Equilíbrio dos níveis de estoque
O estoque de produtos e matérias-primas é necessário para garantir que a empresa atenderá a demanda em determinado período. No entanto, eles podem representar problemas para a empresa quando não são gerenciados adequadamente, oscilam entre falta e excesso de produtos e possuem alto índice de perdas.
Por um lado, deixar os produtos faltarem no armazém prejudica o índice de atendimento de pedidos, diminuindo o número de vendas ou mesmo de clientes — visto que eles passam a procurar os concorrentes.
Por outro, o excesso representa dinheiro parado, eleva os custos e ainda aumenta os riscos de haver desperdícios.
3. Altos custos operacionais
Os gastos com logística representam um dos maiores débitos no orçamento de uma empresa. Os responsáveis por isso são, principalmente, os custos com transporte e estoques.
As consequências de uma operação mais onerosa do que o ideal são a perda da lucratividade e da competitividade — haja vista que isso reflete na precificação, tornando os produtos e serviços mais caros para o cliente, reduzindo, assim, seu consumo.
4. Mão de obra qualificada
A disponibilidade de mão de obra qualificada ainda é um dos principais gargalos logísticos. Apesar da oferta de cursos e especializações, existe uma certa carência de profissionais que realmente façam contribuições para a gestão logística e tomem decisões estratégicas.
Quando se encontra esse perfil, ainda existe o risco de que a empresa não consiga reter o talento.
5. Falta de integração entre parceiros de negócio
Em tempos de mercados altamente competitivos, e clientes cada vez mais exigentes, informação é tudo. Ter conhecimento sobre determinada situação de forma ágil faz com que as ações adotadas sejam mais eficazes, as oportunidades sejam bem aproveitadas — possibilitando que a empresa fique à frente dos concorrentes.
Porém, a troca de informações ainda é um gargalo, até mesmo entre áreas dentro da empresa. A falta de uma comunicação fluida e clara prejudica a tomada de decisão e pode tornar os processos ineficientes.
Como os gargalos logísticos podem ser solucionados?
O primeiro passo para solucionar os gargalos logísticos é identificá-los e descobrir suas possíveis causas. Para os que foram citados acima, existem algumas ações e investimentos que podem ser implementados. Entre eles estão:
1. Contratação de transportadoras especializadas
A contratação de uma transportadora especializada soluciona parte dos problemas que o transporte de cargas apresenta no cenário atual — já que algumas questões dependem de investimentos por parte do Governo, como é o caso da melhoria na infraestrutura.
Contar com um parceiro de negócios qualificado e que possa atender suas necessidades é uma forma de reduzir os custos operacionais, melhorar os prazos de entrega, possuir disponibilidade de veículos, entre outros benefícios.
2. Análises de curva ABC e previsão de demanda
Para equilibrar os níveis de estoque é necessário contar com análises — que ajudam a identificar as principais falhas e o que precisa ser feito para corrigi-las. Nesse sentido, existem dois pontos essenciais: curva ABC e previsão de demanda.
Curva ABC
A curva ABC é um método que permite saber qual é a relevância de cada produto, em termos de representatividade no faturamento, margem de lucro e giro. Feita essa identificação, dividem-se os itens em 3 grupos:
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Classe A — São os itens que geram ótima margem de lucro, têm boa influência no faturamento e um giro médio. Devem representar cerca de 30% do total do estoque.
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Classe B — Itens que geram um lucro satisfatório, representam maior parte do faturamento e têm alto giro. Devem representar entre 50% e 60% do estoque.
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Classe C — Itens que geram pouco lucro, quase não são vendidos (baixo faturamento) e possuem baixo giro. Não devem ultrapassar 20% do total do estoque.
Com essas informações em mãos, é mais fácil saber em quais itens investir para se ter um bom retorno e quais devem ser adquiridos com uma frequência e quantidade menor — somente o suficiente para atender alguma procura que possa haver. Essa é uma forma de evitar que produtos fiquem encalhados no estoque.
Previsão de demanda
Já a previsão de demanda é uma análise que pode ser feita em conjunto com o time de vendas (estimativa do comportamento do consumidor) e estoques (com o histórico dos itens vendidos nos períodos anteriores e dados sobre o giro). Com ela, tem-se uma garantia maior de que as aquisições serão feitas dentro da realidade do negócio.
3. Logística Lean
O conceito de Logística Lean surgiu com base na Produção Enxuta. A ideia é analisar os processos e identificar todos os desperdícios (de tempo, mão de obra, materiais, máquinas, equipamentos, entre outros) que surgem ao longo das atividades, suas causas e o que pode ser feito para eliminá-los.
Isso ajuda a reduzir custos, tornar os processos eficientes e aumentar a qualidade e a agilidade.
4. Treinamento dos colaboradores
Para que a mão de obra se torne capacitada para o trabalho, a melhor opção é investir em treinamento e desenvolvimento. Essa é uma forma de investir nos colaboradores, ao mesmo tempo em que evidencia o que se espera deles.
Essa estratégia melhora os níveis de produtividade, ajuda a aumentar o engajamento dos profissionais e melhora os resultados.
5. Investimento em tecnologia
O investimento em tecnologia deixou de ser um diferencial e, hoje, é mais uma necessidade para as empresas se manterem competitivas no mercado. O uso de sistemas de informação automatiza as operações, auxilia na redução de custos, aumenta a produtividade, diminui a ocorrência de erros e retrabalhos, dá suporte à gestão na tomada de decisões, entre outros benefícios.
Como podemos ver, os gargalos logísticos são pontos em que o trabalho é restringido e a capacidade produtiva comprometida. Entretanto, é possível encontrar soluções que ajudem a eliminá-los ou ao menos minimizar seus impactos sobre o desempenho dos processos.
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