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Entenda os 6 maiores desafios de uma transportadora de cargas

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Entenda os 6 maiores desafios de uma transportadora de cargas

Entenda os 6 maiores desafios de uma transportadora de cargas

Um relatório produzido pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) indicou que 60,1% das empresas de transporte de cargas sofreram uma queda em sua receita bruta no último ano. E isso não é sem motivo.

Além da crise da qual o país ainda está se recuperando, uma empresa transportadora de cargas no Brasil precisa enfrentar diversos obstáculos que comprometem a produtividade e o crescimento do negócio. E é sobre isso que vamos falar neste post.

Conheça mais a fundo os 6 maiores desafios que assolam as empresas do setor! Confira!

1. Má condição das estradas

Um dos principais desafios enfrentados pelas transportadoras são os baixos investimentos nas rodovias do país. A falta de segurança, sinalização deficiente e má condição das estradas, além de oferecer riscos aos motoristas e às cargas, representam um aumento nos custos logísticos dessas empresas.

Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 15 anos, as rodovias pavimentadas cresceram 23,2% (1,5% ao ano), ao passo que a frota de veículos cresceu 184,2% no mesmo período.

Entre as rodovias federais e estaduais analisadas pelo órgão, 48,6% delas apresentaram problemas. Quando consideradas questões como sinalização e geometria, esse percentual sobe para 57,3%.

Esses dados deixam claro que o crescimento do fluxo de veículos e os investimentos em infraestrutura rodoviária no Brasil são totalmente desproporcionais, afetando diretamente as empresas que fazem dessas estradas a sua base de trabalho.

2. Difícil acesso a alguns municípios

Além da má condição das estradas, outros fatores podem se tornar um desafio para as transportadoras, como a entrega em áreas de riscos, ruas muito estreitas, estradas de terra ou intrafegáveis, interiores ou trajetos que possuem pouco volume de entrega.

Tais situações exigem estratégias adicionais para que as cargas cheguem ao seu destino. Algumas vezes, como ocorre na região Norte do país, é necessário contar com uso de barcos ou mesmo de aviões.

Por isso, as transportadoras cobram taxas de difícil acesso a fim de cobrir esses custos adicionais.

3. Roubo de cargas

De acordo com um estudo realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), somente no ano passado, o roubo de cargas gerou um prejuízo de R$ 1,4 bilhão. Em 5 anos, o número de ocorrências aumentou 86%, sendo que 84% dos casos ocorreram no Rio de Janeiro e São Paulo.

Apesar de o número total dos registros de roubo estar em São Paulo, quando levamos em conta o tamanho da população, o Rio de Janeiro tem uma quantidade proporcionalmente maior de casos — 59,3 ocorrências para cada mil habitantes (RJ) contra 22,2 (SP).

Esse cenário posiciona o Brasil na 8ª posição no triste ranking dos países mais perigosos para o transporte de cargas, definido pelo Joint Cargo Committee, no qual somos classificados como um país de alto risco.

Além disso, o impacto afeta a transportadora de cargas, que precisa, por sua vez, repassar os custos para o consumidor final. Isso ocorre porque, como o risco de roubo é maior, as seguradoras acabam cobrando taxas adicionais nas apólices, acarretando aumento nos preços dos produtos comercializados.

4. Restrição de circulação em centros urbanos

Segundo a CNT, cerca de 200 cidades brasileiras contam com leis que restringem a circulação de veículos pesados em determinados horários e reduzem as áreas de carga e descarga de mercadorias.

Se por um lado esse sistema contribui para reduzir os congestionamentos, por outro, dificulta o trabalho e exige um grande planejamento das transportadoras.

Além disso, essa restrição deixa o transporte cerca de 20% mais caro, conforme dados da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). A entidade recomenda às transportadoras que minimizem essas perdas por meio da cobrança da TRT (Taxa de Restrição ao Trânsito).

Essas perdas se dão por conta da redução do tempo que as empresas têm para realizar as entregas. Com o expediente mais curto, é necessário utilizar mais caminhões e motoristas a fim de cumprir os prazos e atender a crescente demanda.

Além disso, o trajeto dos caminhões fica maior, uma vez que é necessário desviar das áreas onde há restrição de circulação. Fazendo uma viagem mais longa, gasta-se mais tempo e combustível.

E os impactos não param por aí. Para realizar as entregas nos centros urbanos onde há restrições de circulação de caminhões, a transportadora de cargas precisa investir em veículos utilitários, aumentando as despesas em 19,7%. Sem falar nas entregas noturnas, que geram um custo adicional de 16,5%

5. Baixa rentabilidade do negócio de transporte

A baixa ou até mesmo a falta de rentabilidade tem assolado o setor de transporte rodoviário há alguns anos. E esse quadro foi construído por muitos fatores.

Alterações na legislação trabalhista relativa aos motoristas aumentaram os custos da mão de obra. Entre as mudanças estão o descanso obrigatório dos motoristas, que deve ocorrer a cada quatro horas, e, depois de 24 horas, eles devem ter 11 horas de descanso. Quanto menos tempo na estrada, menor a produtividade.

A deficiência da malha rodoviária brasileira e os crescentes índices de criminalidade, como vimos, também aumentam as despesas relacionadas à manutenção e ao seguro de veículos e mercadorias.

Como se não bastasse, a elevação dos custos operacionais no setor são maiores do que a inflação. Segundo o Índice Nacional da Variação de Custos do Transporte Rodoviário de Cargas Fracionadas (INCTF), o encarecimento foi de 7,51% no último ano, contra 6,21% de inflação.

As transportadoras encaram o desafio de equilibrar a absorção de parte das despesas e o repasse dos custos para o cliente, sem que isso comprometa sua competitividade, o que afeta diretamente a rentabilidade do negócio.

6. Investimento em Tecnologia da Informação

Para garantir um transporte de qualidade, é preciso monitorar os veículos, ter todo o histórico de entregas, cumprir os prazos acordados e ter a capacidade de informar o cliente sobre a movimentação da mercadoria em tempo real.

Todas essas ações envolvendo coleta de informações, posicionamento do veículo nas rotas, chegadas nos centros de descarga das empresas, embarque para outra rota, saída para entrega e entrega realizada exigem o uso de tecnologia avançada.

Nesse fenômeno de otimização de processos empresariais, o setor de transporte de cargas não pode ficar de fora, se deseja manter sua vitalidade no mercado.

Desde rastreamento de veículos via satélite (GPS) até a gestão de operações logísticas, estocagem e fretes por meio de sistemas informatizados, a tecnologia contribui tanto para o aprimoramento da gestão quanto para a redução de custos operacionais.

Apesar disso, as transportadoras enfrentam o desafio de marcar o passo ao lado da evolução das ferramentas tecnológicas, a fim de oferecer aos seus clientes um serviço com qualidade e segurança.

Ainda há muito o que evoluir no Brasil em termos de legislação e infraestrutura para facilitar o trabalho de uma transportadora de cargas. Enquanto isso, as empresas precisam se manter firmes a fim de garantir ao público um serviço de qualidade, mantendo um valor competitivo.

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